Lembranças da Pascoa / Memories of Easter / Souvenirs de Pâques !...
Os sinos repicavam no sábado de Aleluia e davam por encerrada a Quaresma. A Semana Santa tinha acabado e a azáfama de fazer os folares também. Pelo meio tinham ficado as horas passadas no forno em tão laboriosa confecção.
Primeiro amassam-se os doces e põem-se a levedar e enquanto estes dormem, e dormem muito, trata-se de amassar os de carne, levedam, recheiam-se com a carne e voltam a levedar, acende-se o forno e cozem-se enquanto os doces continuam a dormir. Depois de cozidos os folares de carne e tirados do forno, aquece-se novamente o forno e cozem-se os doces.
Aproveita-se ainda para meter uma assadeira com batatinhas temperadas e um galo ou um coelho que servirá de repasto para toda a família. Havia ainda que preparar as casas. Abriam-se as portas, esfregavam-se os soalhos, varriam-se os caminhos, enfeitavam-se as ruas e canelhas e as entradas das casas com verduras e flores campestres, tiravam-se da arca as toalhas de linho bordadas, ou em renda esculpidas, enfeitavam-se as mesas, enchiam-se as jarras com as mais lindas flores da época, tais como junquilhos e lilases, que impregnavam a sala com o seu perfume forte.
Colocava-se o folar na mesa, a lamparina de azeite e a salva de prata com um sobrescrito com dinheiro destinado ao folar do senhor padre. Também se punham uns docinhos secos, cálices e vinho fino para quem quisesse festejar ali a Páscoa.
Tudo ficava a luzir, era uma das épocas mais importantes do ano, todos aguardavam a visita pascal, que era precedida pelo badalar frenético da sineta, que uns dos rapazes de opa vestida fazia tlintar mesmo à porta de cada casa a visitar. Era o momento para acender a lamparina de azeite e todos se juntarem à volta da mesa à espera de beijar a cruz.
Após a bênção do lar, que o senhor padre fazia ao mesmo tempo que aspergia água benta, desejava bom ano para todos os da família presentes e ausentes, inclusive os que andavam na Guerra do Ultramar, despediam-se e o compasso pascal avançava para outra visita, não sem antes serem depositadas umas moedinhas na caldeirinha da água benta, que o rapazio repartia entre si.
Após o almoço, que lá para as minhas bandas era apelidado de jantar, e que em dia de nomeada – o dia de nomeada era o dia de festejo – era sempre composto de acepipes que escasseavam no resto do ano, a tarde era preenchida com brincadeiras intensas e gozavam de certa liberdade, que estavam proibidas durante a Quaresma, pois tudo era pecado, até jogar a bilharda era pecado, coisa que eu não percebia, pois se os santos estavam de cara tapada como é que nos viam a brincar e ofender Jesus?
Ainda havia a visita à casa dos padrinhos, não fossem eles esquecerem-se de dar o folar aos afilhados, o que para muitos eram das poucas prendas que lhes caiam nas mãos. À noite todos dormiam tranquilos e felizes, só já faltava mais uma semana de férias escolares e os deveres que a professora havia marcado para quinze dias eram gatafunhados à pressa, em parcos cinco ou seis dias e ainda havia a obrigação de ajudar os pais nas lides da casa e trabalhos agrícolas, que por esta altura ainda havia vinhas para esgaivar batatas para semear, pois dizia a minha avó:
– Serviço de menino é pouco, mas quem o perde é louco!
Uma boa Páscoa para todos..........
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Alia Pinto Falgueiras publie son deuxième roman
Ni d'ici ni de la-bas, avec ce cri du cœur, Alia Pinto Falgueira, une Jocondienne arrivée à 8 ans en France, avoue la complexité des sentiments de beaucoup de ses compatriotes portugais qui, comme elle, ont dû quitter leur pays pour venir s'installer en France. Aussi, elle entreprend d'écrire un premier livre, « Quand le Portugal m'appelle », publié en 2009, pour expliquer son déchirement. « Je voulais que tous les miens connaissent les raisons du départ du pays, dû à la situation déplorable de vie. J'aime la France qui m'a accueillie mais je ne renie pas la terre des mes ancêtres et je retourne tous les ans au Portugal, mais après trois mois d'absence, la France me manque. » Après ce récit autobiographique, l'auteur reprend la plume pour aborder dans son deuxième roman, « Nous retournerons sur le Tage », le thème obsessionnel du retour aux sources qu'elle évoquait déjà dans son premier livre. A travers l'amour complexe entre deux personnages, Alia Pinto Falgueiras aborde le problème de conjoints aux cultures différentes : « Dans les années 70-80, de jeunes Portugais, désirant s'intégrer, épousaient des Françaises. Ils considéraient cela comme une promotion sociale. Mais cela ne marchait pas toujours, car la culture d'origine reprenait le dessus, et c'était les désillusions. » L'auteur, dans ce livre, met sur le compte de l'émigration mal vécue, la différence des cultures, l'importance du retour aux sources, les ruptures et les drames qui surgissent au cours des pages, où le lecteur trouvera de très beaux passages sur la description de la Touraine et du Portugal.
« Nous retournerons sur le Tage », Villèle Editions. source : Nouvelle République
Entrudo em Benlhevai / Carnival in Benlhevai / Carnaval à Benlhevai !...
O Carnaval, também conhecido como Entrudo, é uma festa pagã que se comemora em Portugal sempre a uma terça-feira, 47 dias antes do Domingo de Páscoa.
O Carnaval começou a ser festejado pelo povo grego em 600 a 520 a.C., como forma de agradecimento aos deuses pela boas colheitas do ano.
No ano 590 d.C, o Carnaval começou a ser festejado pela Igreja Católica. O período de Carnaval era apelidado como o "adeus à carne", marcando a véspera de um período de jejum e privações antes de iniciar a quaresma. As populações festejavam e degustavam manjares para preparar o período de privações que ia iniciar no dia seguinte.
Hoje o Carnaval assume-se como uma festa onde reinam fantasias e disfarces, na qual miúdos e graúdos festejam usando máscaras e trajes coloridos que não têm possibilidade de usar durante o resto do ano. É uma época de diversão e onde são permitidas brincadeiras, seguindo o provérbio popular "No Carnaval ninguém leva a mal".
Entrudo Benlhevai em 1992
Entrudo Benlhevai em 2010
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Regresso às Origens meio século depois :
"Nasceu em Benlhevai há 76 anos, foi para o Brasil ainda novo e vem cá sempre que pode, menos vezes do que desejaria. Hoje passou connosco parte da tarde, acompanhado da esposa, D. Diva. A emoção acompanhou-nos neste encontro, o prazer foi de todos.
Falamos de Adelino Pereira, que é primo do Antonio Pereira (António da Regina), com quem falámos de Benlhevai e dos benlhevaienses espalhados pelo mundo, principalmente dos que um dia partiram para o Brasil." (Benlhevai.net 27/09/14)
Dias Felizes em Benlhevai / Happy Days in Benlhevai / Jours heureux à Benlhevai !...
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